Em qualquer relação, seja ela de amizade, familiar ou amorosa, um dos pilares de sustentação imprescindível é a confiança. Quando se fala de relação médico e paciente, a confiança se torna quesito fundamental. O estabelecimento de uma conversa entre médico e paciente faz parte de uma delicada relação, cujo primeiro impacto pode desencadear uma série de questionamentos, dúvidas e incertezas.
Receber um diagnóstico de câncer não é nada fácil. A nova rotina de consultas e exames requer muitas mudanças, adaptações e, acima tudo, tranquilidade e confiança para enfrentar essa etapa. Sendo assim, é extremamente importante que seu médico lhe transmita confiança, escutando-o, conversando e esclarecendo todas as suas dúvidas. “Quando o paciente confia no profissional eles conseguem juntos estabelecer uma relação harmoniosa e benéfica que influencia positivamente na vida do paciente com câncer”, explica a psico-oncologista, presidente do Portal Oncoguia, Dra. Luciana Holtz.
Ainda segundo a psico-oncologista faz toda a diferença para o tratamento quando o paciente sente que, de alguma forma, ele é importante para o médico. “São situações bastante simples como, cumprimentá-lo com um aperto de mão, olhar nos olhos, um abraço de despedida ou até mesmo perguntar como estão os outros membros da família. Essa atitude “diferenciada” faz com que o paciente se sinta bem diante desse profissional” complementa Dra. Luciana.
A falta de uma comunicação eficaz, atrasos frequentes, consultas rápidas, incompreensão no que o médico diz, rotatividade dos profissionais no Sistema Único de Saúde – SUS e também nos planos de saúde são alguns dos principais problemas encontrados pelos pacientes durante a visita ao médico. Com toda certeza, a consulta médica não é nenhum prazer, mas pode e deve ser uma ocasião proveitosa para você e o seu tratamento. Caso você sinta a necessidade de ouvir outro especialista quando, por alguns dos motivos citados acima ou outro qualquer, ou se você não sentiu segurança em determinado médico, saiba que esta é uma atitude bem-vinda. Esse é um direito seu. Algumas orientações podem lhe ajudar:
Prepare-se para a consulta: Junte todas as informações necessárias sobre o histórico de sua doença para relatar ao seu médico. Não deixe de contar sobre casos de câncer na sua família. Procure os últimos exames de imagem e laboratoriais que fez (raio-X, exames de sangue etc.) para levar à consulta. Anote suas dúvidas sobre o seu estado atual ou a sua saúde em geral. É muito comum as pessoas se esquecerem de perguntar algo durante uma consulta. Com uma lista escrita, isso pode ser evitado. Além disso, as anotações ajudam a manter o foco da consulta no que realmente interessa.
Pergunte: Ainda que muitas pessoas fiquem sem jeito e com vergonha, falar que não entendeu, pedir que ele explique novamente são atitudes importantes a serem tomadas. A consulta é o momento para você tirar todas as suas dúvidas. Ir para casa com incertezas e perguntas só lhe deixara mais confuso (a).
Não oculte informações: Não deixe de falar todas as informações necessárias para seu o médico. Isto ajudará na definição de um diagnóstico e também no estabelecimento de uma relação segura. O principal elemento que o médico tem para traçar um bom diagnóstico é o que o paciente diz --sem isso, nem sequer pode solicitar os exames corretos.
Médico da família (fixo) – Poder contar com o auxilio de um médico fixo - um clínico geral, um ginecologista, um urologista ou médico da família de confiança, que conheça você e seu histórico, ajuda a melhorar a sua relação com os demais médicos que eventualmente vá consultar. A ideia não é que esse profissional intervirá no trabalho do especialista que está cuidando do seu caso, mas que ele lhe ajude a esclarecer e compreender a sua atuação e situação.
Informações complementares - Peça a seu médico indicação de leituras e sites confiáveis para que você tenha acesso a informações complementares ao seu tratamento.
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